Caráter do Líder

6/01/2017 | Liderança | ,

Sempre pergunto aos meus alunos da pós-graduação no início das nossas aulas:

“O que define um verdadeiro líder?” ou “Quais devem ser as qualidades de um bom líder?”

Ao longo de quase uma década de docência sobre Antropologia Corporativa na Saúde, tenho listado inúmeras qualidades e características levantadas e nominadas por eles. Não resta dúvida de que todas elas são importantes e bem vindas para uma boa gestão, mas não podemos ignorar que é impossível que um SER possa reunir todas elas. Afinal, somos pessoas imperfeitas e, portanto, podemos reunir uma parte dela e outras não. Neste momento, convido os discentes  a pensarem não sobre o Líder que gostariam de ter, mas sim neles sendo os próprios líderes. E é aí que a “ficha cai”, como se diz popularmente. Ao trazerem para si essa questão, identificam o quanto é difícil protagonizar toda a lista  de qualidades e características que haviam elencado.

Em conversa com eles, vê-se que pensam em bons líderes como pessoas extremamente hábeis em realizações e motivadoras de pessoas. O fato é que há uma gama ampla de estilos de liderança. Umas são extremamente diretivas, outras se destacam por saberem delegar e outras, ainda, que se dedicam de forma prática a colocar a mão na massa e a guiar suas equipes.

Há que se considerar primordialmente que líderes devem demonstrar que são dignos de serem seguidos devido ao seu caráter. Devem considerar a sabedoria de vida e de decisões, assim como consideram as opiniões e conselhos de pessoas de confiança. Líderes agem com humildade e discrição. Líderes não motivam pessoas, porque motivação é um ingrediente interno, vem de dentro para fora de cada um e não no movimento inverso. Líderes inspiram pessoas e dessa forma os liderados podem se motivar em diferentes graus, abraçando a causa, o desafio ou a tarefa.

E você, o que pensa a esse respeito?


Este post tem 8 comentários.

8 respostas para “Caráter do Líder”

  1. VILSON KAMINSKI JUNIOR disse:

    LUIZA HELENA, SÁBIAS PALAVRAS, MUITO BEM COLOCADAS, REPRESENTANDO EXATAMENTE O PAPEL DE LIDERES!

  2. Alvaro Santos disse:

    Boa noite.
    Após vivenciar diversas políticas envolvendo Liderança busco elencar alguns tópicos:
    1- Nem todos querem ser líderes, algumas empresas massificam a Liderança a todos, o que acaba, por vezes, causando tensão, desconforto, ansiedade, medo… Muitos ótimos profissionais preferem a carreira em “Y”, com viés técnico e não querem liderar equipes;
    2- Sem dúvida um líder deve inspirar, ele “tem” a equipe quando inspira, à mesma forma da esposa de Cesar, ou seja, ser e parecer: honesto, íntegro, preocupado com o time, ético, transparente, empático, equilibrado.
    3- A meu ver a liderança é nata, assim como uma habilidade creio que ela pode ser trabalhada/desenvolvida/aprimorada, mas como as habilidades são particulares/peculiares, não identifiquei profissionais sem aptidão para a liderança se imbuírem deste espírito, uma vez que não conseguem acreditar nisso;
    4- Se não crê não incorpora e não consegue liderar com a essência da Liderança, se tornam chefes que não estão com a equipe, em caso de êxito ele é o responsável, em caso de fracasso ele é vítima de uma equipe despreparada que não vive o conceito de time.

    • Luiza Giraud disse:

      Prezado Alvaro, muito pertinentes os elementos que você elencou.
      De outra parte, de fato, o cenário organizacional mudou muito na ultima década e pessoas altamente qualificadas, por seus talentos inerentes, optam por uma carreira horizontal, onde o colocar-se a serviço de é a eles tão envolvente e realizador quando o é para aqueles que optam por uma carreira vertical, o talento e o gosto pelo poder (benéfico), entendo-se aqui como exercício da autoridade construtiva e agregadora.

      Grata por tua contribuição e seja bem vindo a este espaço para leitura, troca, discussão.

  3. Meidy Pizzatto disse:

    Olá querida Luiza. Um prazer ler seu artigo.
    Liderança, sem dúvida é um assunto que atravessa gerações através de uma história que nos apresenta bons e maus líderes. É interessante observar que cada um deles, por pior que possa parecer, sempre tem um lado positivo. Parece incrível, mas verdadeiro.
    O líder, ao meu ver, precisa gostar de liderar. Trabalhei com algumas profissionais do ramo farmacêutico, excelentes em conhecimento, que tinham dificuldade de exercer a liderança, mas que não quiseram investir nesta habilidade. Bom! O reconhecer que o investimento não seria vantajoso.
    Você comentou que o líder deve ser digno de ser seguido devido ao seu caráter. E isto é uma grande verdade. Muito bom quando vemos líderes influentes e eficazes, que possuem valores e caráter. Se tornam confiáveis. A empresa e as pessoas são extremamente beneficiadas.Principalmente nos dias de hoje onde vemos a inversão desta situação. Muitos querem “tirar vantagem” de qualquer jeito.
    Mas a qualidade que mais admiro, e que confesso ter dificuldade pessoal em vivenciar, é SERVIR. Se o verdadeiro líder pensar sempre em servir seus liderados, seus clientes, seus colegas, seus fornecedores e seus superiores, com certeza o respeito seria observado e o resultado final muito melhor.
    Para mim é impossível não citar o principal dos líderes que este mundo já teve e tem: Jesus Cristo. Este deveria ser nosso exemplo a ser seguido. Com sua simplicidade, ele tinha um único objetivo quando se aproximava das pessoas: servi-las. Aliviar a dor física ou emocional. Não precisamos comentar sobre os resultados.

    • Luiza Giraud disse:

      Estimada Meidy, Grata por tuas palavras e registro que tão bem elucidam e complementam o que nossa geração entende e pratica como liderança. Uma grande responsabilidade dado ao seu efeito Espelho!

  4. Egon Koprowski disse:

    Olá Luiza. Ao ler o artigo tive que “voltar no tempo” para quando, ainda jovem recém formado, fui ser chefe de departamento numa metalúrgica e, em poucos anos, passei a gerente industrial. Eram então mais de 700 empregados. Sem dúvida o caráter é fundamental. Sempre procurei ter humildade e ser de fácil acesso. Por ser de família “alemã”, tive que aprender a elogiar, pois a crítica era coisa natural. Acredito que reconhecer os erros, confiar, delegar são importantes. Paralelamente é preciso ser rígido na disciplina e cobrar serviço e responsabilidade. Não sei se fui assim, mas tive bom retorno ao procurar ser!

    • Luiza Giraud disse:

      Caro Egon, grata por compartilhar tua experiência e carreira.
      Estou de pleno acordo contigo. Respeito e confiança se conquista e exibem ao mundo organizacional, o nosso caráter como pessoa, cidadão, profissional.

      De fato, disciplina é essencial. Os processos que fluem nas organizações não podem ocorrer de forma reativa. Se requer planejamento, análise, consenso, aplicação, acompanhamento, medição, apuração, avaliação.

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