8 Erros que a Gestão Lean não permite, especialmente na crise

24/07/2017 | Gestão de Negócios | , , , , , ,

Um período de crescimento econômico, tal como já tivemos oportunidade de vivenciar anos atrás, antes que a crise que eclodiu em 2014 nos abatesse, nos trouxe sem dúvida bons resultados tanto financeiros como econômicos para as organizações, devido ao maior faturamento e à maior e melhor utilização dos ativos. Não vamos aqui entrar no campo político, de que este crescimento se deu por incentivo ao consumo e não de uma forma mais substancial. Essa não é a questão deste post. Entretanto, não resta dúvidas, e agora podemos afirmar isso com convicção, que um período rentável como o que tivemos pode sim ocultar problemas e ineficiências face aos resultados favoráveis efêmeros. Com isso, sabe-se que as organizações, podem estar deixando de ganhar oportunidades e galgarem seu ponto de inflexão do Bom para o Melhor se houver um comportamento de acomodação por parte das mesmas.

Vocês se recordam que 2007 foi um dos melhores para a economia brasileira nas últimas décadas. O PIB havia crescido acima dos 5%, as exportações continuaram expandindo à despeito da valorização da nossa moeda frente ao dólar e o saldo comercial manteve-se forte, mesmo frente a um incremento das importações naquele período.

Conforme dados extraídos dos jornais da época:

“O mercado interno cresceu substancialmente com recordes de vendas para diversos produtos, como os do setor automotivo (15% de automóveis e 30% de caminhões) e o de eletrônica (24% de computadores e 33% de celulares). O setor rural saiu da crise e cresceu quase 7%, demandando máquinas agrícolas em mais de 40%. Resultados semelhantes poderiam ser encontrados em diversos outros setores da economia.”

Este cenário de registro de crescimento expressivo tornou-se factível após alguns anos de estabilidade monetária, expansão do crédito (taxas de juros menores e prazos maiores), da renda (maior emprego formal, políticas sociais) e à maior competição, com mercados menos protegidos.

Apesar dos investimentos terem aumentado, para muitos setores a existência de capacidade produtiva para atender a demanda crescente passou a ser um problema. Uma situação dessas pode trazer uma eufórica tranquilidade por levar a uma zona de conforto mas que está exponencialmente oposta ao pensamento lean.

O impacto do crescimento econômico sobre o desempenho das organizações faz lembrar aquela clássica figura que mostra como aparecem as pedras do fundo (ineficiências) de um lago quando se reduz o nível da água (estoques). Só que o efeito é oposto, certo? A necessidade pensada de se “produzir a qualquer custo” gera o seu oposto levando a um aumento de custos e menor índice de produtividade. Aí é que se apresentam os cenários ocultos na mencionada figura que estavam encobertas pelo maior volume/nível de água no lago.

8 Erros que a Gestão Lean não permite, especialmente na crise:

  1. Número crescente de plantas trabalhando em 24hs turnos/semana, esgotando-se a hora máquina e sem a necessária busca pela eficiência sistêmica.
  2. Baixa utilização efetiva da capacidade produtiva, devido a stoppages de maquinário e perda generalizada de produção.
  3. Excesso desordenado de realização de horas extras a fim de diminuir atrasos.
  4. Baixa produtividade por homem/máquina.
  5. Baixa utilização do potencial logístico com dificuldade na manutenção dos níveis de serviço e entrega comprometendo a fidelização do cliente, conquistada.
  6. Qualidade conquistada com intenso retrabalho, já que a necessidade de produzir cada vez mais prevalece, mas não podendo ser mantida a longo prazo.
  7. Estoques não balanceados sem manutenção de uma performance flat, comprometendo os custos de origem e de produção.
  8. Contratação de mão de obra inexperiente, sem tempo real para o devido treinamento e capacitação demandando tempo adicional da supervisão, já sobrecarregado com volumes de produção e outro problemas.

Como consequência, o impacto causado pelos 4 Ms (mão-de-obra, método, material e máquina) redundando em enormes dificuldades para se produzir de acordo com o planejado. As dificuldades daí advindas sentimos hoje na frágil infraestrutura, na não redução da carga tributária, além da pesada burocracia que não permite a redução de custos financeiros.

Em termos de Brasil, é essencial que não nos entusiasmemos com as “ilhas de prosperidade”, ilhas digo porque o crescimento econômico gera riqueza, renda, consumo, produção, impostos, mas se ele não está firmado em bases sólidas ele não pode gerar tranquilidade e continuidade.

Os fundamentos da metodologia e, em particular, os cuidados com a utilização real de capacidade para evitar despender recursos com investimentos desnecessários, nos ajuda a garantir um futuro melhor com efetivas e sustentáveis reduções de custos e melhorias na qualidade. Temos pela frente, à parte da crise política, um cenário econômico altamente desafiador para colocarmos em prática a máquina econômica para rodar novamente e se transpor a recessão embasada em um ritmo sustentável de crescimento.

Temos muito a aprender a cada dia com países e cenários como o que vivemos em nosso dia a dia.

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