Lutar contra o desperdício apenas em tempos de crise é o maior desperdício que se pode cometer.
Todos havemos de nos recordar dos apagões pelos quais passamos há alguns anos. Tanto os de energia como os hídricos. Lembra-se?
Aqui nos defrontamos com dois termos antagônicos: reação e condescendência, ou seja, como reagimos nesses momentos de pico, de crise em contraposição à forma condescendente com que convivemos com essas mesmas questões no cotidiano.
É corriqueiro vermos nos telejornais denúncias de diversas naturezas que as pessoas registram em quase todos os portes de cidades, capitais ou não. São sobre vazamentos de grandes volumes de água, vizinhos em litígio, lixo deixado nas calçadas, lixo de rua sendo “removido” com jatos de mangueira, dentro de casa crianças deixando as torneiras pingando, cômodos sem uso com luzes acesas e por aí vai.
Recheiam a mídia exemplos cotidianos que somados tomam proporções que, sem que se perceba, consomem também o orçamento público que é formado com o dinheiro dos nossos impostos, dos quais reclamamos suas aplicações.
Em estações quentes, quando os rios extravasam seus leitos naturais, tornam-se notícias de primeira hora e primeira página como catástrofes naturais, mas que a origem está tanto no saudável exercício das políticas públicas como no comportamento social de cada cidadão a partir de como ele gere a sua própria economia doméstica. Entretanto, no dia a dia da vida dessas cidades, isso parece ser simplesmente normal. E aí pergunto: por qual razão essas questões só tomam corpo quando a somatória de um cotidiano subtrai o conforto, a higiene e a segurança, tornando-se comprometedores, graves e por vezes, até mesmo, irreversíveis?
Infelizmente, à despeito de toda carga de informação, persiste a crença de que os recursos naturais permanecem ilimitados, que crises estão distantes de nossa realidade, acontecem apenas na mídia e não nos atinge e, portanto, no dia a dia são colocadas em segundo plano. No entanto, crises são originárias por irresponsabilidade, desperdício e falta de atitude firme para erradicá-las.
Saindo da esfera de nossas casas e nos transportando para as organizações onde atuamos, se acionarmos o ON do nosso lean thinking, identificamos o desperdício na má utilização de matéria prima, espaço (m2), níveis de produtividade, de preservação de talentos, apenas para citar alguns. Nas organizações temos o que se denomina de Gestão de Risco e de Crises que montam suas brigadas para agir nos momentos em que as crises eclodem. Mas, e no dia a dia? Qual o comportamento e atitudes regulares para combatermos os pequenos desperdícios no chão de fábrica, no setor, no departamento, na gerência, na diretoria? É justamente aqui que o lean se sobressai, quando ele é incorporado no DNA de cada membro da organização tornando-se um hábito subtrair e eliminar o que não agrega valor.
O próprio sistema lean nos indica os passos chaves de sucesso para administrar essas questões.
Passos para eliminar o desperdício nas empresas
- estabelecimento de metas desafiadoras mas factíveis
- fluxos simplificados
- estabelecimento de trabalho padronizado
- correta exposição e solução de problemas na base
- educação continuada das pessoas
- atitude das lideranças
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