Ter heróis na equipe é um bom negócio?

14/09/2017 | Gestão de Negócios | , ,

Quando ouvimos ou lemos a palavra herói dentro de um contexto corporativo o que nos vem à mente?

Indagando sobre isso a diversas pessoas, foi de consenso geral tratar-se de pessoa excepcional, que possui uma larga bagagem de habilidades, expertises que a permite superar problemas de uma grande dimensão, de forma espetacular. De fato, confesso que também me vem à mente dessa forma, uma vez que minha formação inicial em Antropologia e outras ciências humanas me remetem ao imaginário da mitologia grega e que ainda povoam os dias atuais sem ter mudado essa visão/concepção. Tratam-se daqueles serem que realizam atos épicos que os elevam a uma categoria superior de nós pobres mortais e muito próximo da categoria dos deuses dessa mesma mitologia. Ainda que a atualidade esteja tão distante desse cenário que povoa nosso pensamento temos que reconhecer que elas ainda existem de fato em muitas organizações.

São aquelas que:

  • Estão sempre à frente para apagar incêndios todos os dias;
  • Contagiam com seu exemplo muitos asseclas do CORRER e AJUDAR;
  • Modelam um padrão de comportamento para lidar com tudo que sai do padrão, com o imprevisível;
  • Via de regra, estão alocadas no remanufacturing area, no help desk e outros setores que existem para consertar o que saiu do padrão, o que não deu certo;
  • São promovidos por serem super homens/mulheres que realizam esforços hercúleos para solucionar problemas;
  • Que muitos RHs buscam, contratam, valorizam e promovem, esses seres corajosos, de peito aberto para qualquer anomalia e prontos para enfrentar o adverso, cotidianamente.

Seria esse realmente o método infalível, imprescindível que deva nortear as estrelas das organizações?

Bem, colocando os pés na terra e deixando de pensar no Olimpo, uma área tão delicada como a Saúde (onde não há recall de vida) pode nos ajudar a pensar sobre este tema de forma mais próxima de nós, mais terrena.

Concordam comigo? Está aí o nosso herói, o Médico! A própria Academia os faz pensar serem semi deuses. Lidam com o limite tênue entre a vida e a morte, trabalham para extirpar a dor, para salvar vidas. Este é um tema muito discutido e muito recorrente nos dias de hoje.

Com esse quadro em nosso pensamento, nos voltemos para as organizações das demais áreas. Será que não podemos fazer diferente do que vem sendo feito desde há muito até hoje, ou seja, elaborar um modelo de gestão e uma tipologia de liderança que parta de premissas mais inovadoras do que a mitologia nos oferece e conseguirmos obter resultados extraordinários com menos heroísmo e com menos custo em todos os âmbitos?

Com a disseminação do lean thinking model, estamos cientes de que problemas sempre vão existir mas que o cerne dessa questão com este novo olhar teria como foco e missão gerar condições para que os problemas se tornem cada vez mais transparente e que possam ser visualizados por todos para que cada um, sem qualquer acepção, cargo, status organizacional, possa ser chamado a fazer parte da solução do problema?

Observem, que o paradigma não é não ter problema, o que é impossível, mas sim enfrentarmos novos problemas que não devem ser vistos com a ótica de problema mas sim de oportunidade, de…. Melhoria contínua que nos propicie a chance de quebrar o paradigma de sempre os mesmos problemas; aqueles que precisam dos heróis bombeiros!

Aquela mudança de visão que nos permite implementar a gestão lean visando a criação de novas práticas de gestão, do chamado Change Management. Trata-se de um novo olhar, uma nova visão que erradica a contratação de heróis e a substitui pela implementação de novas práticas, de um novo modo de ser, de gerir.

Lá no início de um contingente de heróis sempre prontos ao enfrentamento. Agora, com a atitude lean, capacitamos todos os envolvidos, constituímos líderes de carne e osso que buscam o problema, pensam em sua resolução, sendo que sua solução pode ser impetrada por aquele que estiver mais próximo, sendo devidamente respaldado pela respectiva liderança.

Você já imaginou conseguir implementar essa forma de pensar e trabalhar e depois delegar a um amante dos números e das estatísticas a tarefa de apurar, medir os indicadores e quantificar qualitativamente os ganhos obtidos com este novo modelo de pensar e ser?

Já pensou a respeito? Gostaria de compartilhar tua experiência?


Este post tem 2 comentários.

2 respostas para “Ter heróis na equipe é um bom negócio?”

  1. Cara amiga
    Gostei de ambos artigos, melhor os herois. Um pequeno erro de digitação na frase Tratam-se daqueles serem…??? Forte abraço Bernt

Adoraria ler seu comentário aqui!

Responderei assim que possível.