Aprendiz de tudo, mestre de nada

14/11/2017 | Autoconhecimento, Carreira | , , ,

À despeito do acelerado avanço da tecnologia como ferramental à nossa disposição para facilitar nossa vida, é inegável que as complexidades que se apresentam de forma crescente em nosso cotidiano e trabalho estão, de alguma forma, tornando nossa vida regular mais complicada, não é mesmo? Seguindo essa linha de raciocínio, gerou-se um pensamento coletivo de que o que é de última geração é o que é melhor, tendo como principal atrativo a questão da contínua incorporação de melhorias facilitadoras.

Entretanto, a rapidez com que a tecnologia disponibiliza itens/acessórios, linhas avançadas de produtos não subentende de que essa mesma premissa implique de que o último lançamento é seguramente o melhor que há. Não é incomum encontrarmos em uma gaveta em casa, por exemplo, aparelhos celulares antigos ainda com tecnologia que nos atenda e que esteja já suplantado pelo último lançamento realizado. Estamos aqui falando na linha do tempo de não mais que 10 anos! E aí reside uma questão crucial que vem à mente quando nos detemos a uma análise crítica mais profunda: a de que inúmeras vezes o simples é superior ao complexo ou até mesmo sofisticado. Muitas vezes, para incremento de vendas, fala-se de meras incorporações cosméticas, aquelas que são táticas para impulsionamento de mercado largamente consumidor.

IMAGEM: MACMAGAZINE

Até algum tempo atrás, telefone era para telefonar, para contatar pessoas. Hoje, esse pequeno e cada vez menor e mais slim agrega um leque de ferramentas que muitas vezes, por estarem tão compactadas, não nos apresentam de fato a melhor performance ou até mesmo sequer precisamos ou utilizamos todas elas. Acrescido a isso, independente de tudo o que nos ofereça, esse dispositivo terá sua vida considerada útil até que saia o modelo seguinte e, por conseguinte, rapidamente se tornará obsoleto.

Essa elucidação nos oferece uma boa metáfora de vida. Veja que podemos optar por realizar uma ou duas coisas muito bem, e que elas podem propiciar um impacto duradouro à sociedade, até mesmo durando gerações. Lembremos, por exemplo, de Einstein que teve em relação a outros renomados gênios, uma única ideia, a da Relatividade. Cada um em sua área de atuação, com dedicação se formam ao longo da vida e carreira em fazer muito bem o que fazem e de forma simples, sem filigranas.

Quando se abre muito o espectro, cria-se uma amplitude de possibilidades que podem tomar rumos mais diversos ainda, e à frente geram baixa influência na comunidade ou sociedade de forma geral. No âmbito de mercado, devemos focar em identificar nossos pontos fortes e talentos e buscar apostar e direcionar nossos objetivos para nos sobressairmos justamente aí. O dito “aprendiz de tudo e mestre de nada” já não tem mais espaço. Devemos concentrar nosso tempo e energia naquilo em que realmente somos bons e que servem a um determinado grupo, comunidade, sociedade.

O cenário nacional e internacional torna as pessoas mais e mais ambiciosas e imprimem um sentimento de adicionar coisas e tarefas mais e mais em seu dia a dia quando, em verdade, dever-se-ia simplificar suas respectivas vidas e carreiras, pois nem sempre a complexidade é benéfica, ainda que se esteja visando atingir o ponto de inflexão do Bom para o Melhor. Este caminhar deve ser gradual e crescente e não o seu contrário. Para ser melhor também se pode ser simples, muito simples!


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