Resiliência em Profissionais de Saúde

26/06/2017 | Gestão de Gente | , , ,

É sabido que no mercado de trabalho bem como na vida pessoal de cada um de nós, um dos quesitos mais requeridos para assegurar uma boa performance e uma convivência polidamente correta e aceitável, é o que se denomina de Resiliência.

Já tratamos em outro momento deste assunto no post Resiliência, mas hoje nosso assunto foca os Profissionais de Saúde que, como outras profissões de alto grau de risco como o caso de Operadores de Voo, está-se lidando diretamente com a questão “vida”. E, no caso da saúde, sabe-se que por muitas vezes o ser cuidado pode não estar sequer em condições de expressar seu estado.

A privação da saúde é o momento de maior fragilidade do ser humano e, portanto, se faz necessário atentarmos para identificar e analisar mais a fundo possibilidades de comportamentos que possam ser qualificados como resilientes a fim de se criar oportunidades de desenvolvimento e capacitação em casos que frequentemente podem ocorrer face a condição de vulnerabilidade que vem a se apresentar diante de um quadro agudo de estresse.

O próprio cenário diário com que estes profissionais estão expostos é adverso, e aí você leitor pode contribuir com casos já vivenciados por você mesmo ou por familiares e há de concordar comigo que a essência desta questão reside em se estimular mudanças de comportamento para que se possa, através de medidas de autocuidado, assegurar eficiência e eficácia nas atitudes desses profissionais quer com os clientes pacientes quer consigo mesmo.

Como empresa, organização PJ que promove e oferece a realização de serviços seja hospital, clínica, hospice, day use company ela precisa ter como DEVER assegurar o bem-estar físico e mental de seus colaboradores na mesma proporção que o espectro de atuação do profissional exige. Citamos aqui alguns exemplos de intercorrências:

  • Problemas enfrentados pelo próprio sistema de saúde vigente;
  • Carga horária de trabalho;
  • Longas jornadas de trabalho devido a problemas diários que podem ocorrer nos plantões;
  • Habilidade para lidar com a questão “morte”.

Para fazer frente aos itens acima mencionados, e você pode enumerar tantos outros, é requerido que esse profissional possua as seguintes características:

  • Estar ciente do sentido da própria vida e vê-la com um bom grau de otimismo;
  • Estar o mais saudável possível, física, mental e emocionalmente (saber lidar com as frustrações que podem se apresentar);
  • Desenvolver um alto grau de empatia na relação consigo mesmo e com o Outro mantendo autocontrole/flexibilidade e autossegurança;
  • Desenvolver habilidade de trabalhar em equipe e/ou saber liderá-las desenvolvendo a capacidade de absorver impactos, exercício da tolerância sem perder a assertividade na lida diária.

No passado este tema se restringia mais às áreas como psicologia e psiquiatria, mas a antropologia vem contribuindo para que esta questão seja vista, compreendida, tratada e assumida por todos os segmentos, já que atualmente entende-se que ela não é um dom recebido e inerente à personalidade de alguns mas sim uma competência que se deve buscar, capacitar, desenvolver, legar implicando em uma questão de amadurecimento pessoal e profissional como condição sine qua non para se enfrentar e se sobrepor às adversidades experenciadas e vivenciadas por esses profissionais em seu ambiente de trabalho.

Mais do que nunca os RHs dessas organizações devem também se aprimorar para que possam tratar da SUA GENTE (Colaboradores) de tal forma que estes possam de forma saudável, madura e resiliente tratarem da forma mais profissional e humana possível da GENTE PACIENTE/CLIENTE.

Gostaria de expressar aqui tua experiência ou opinião?!


Este post tem 2 comentários.

2 respostas para “Resiliência em Profissionais de Saúde”

  1. Patricia Gonçalves disse:

    Ao meu ver, os estabelecimentos que oferecem serviço de saúde não tem condições alguma de entrar no mérito “Resiliência em Saúde, para ser um indivíduo “Resiliente “você tem que passar por um processo de sofrimento e depois se encontrar novamente,, no que diz respeito a Saúde o profissional só vive o processo sofrimento, sofre cobranças de todo lado, sofre com a perda do paciente querido, com o sofrimento da família, com a sobre carga de trabalho, com baixos salários, e por fim o próprio colaborador é tratado de maneira totalmente desumanizado, nesse sentido como pode as instituições de saúde cobrar humanização para com os pacientes se as equipes estão sendo tratadas de maneira desigual .

    • Luiza Giraud disse:

      Boa contribuição Patrícia. AS organizações são formadas por pessoas, assim como as igrejas por exemplo e portanto, nem mesmo as igrejas apresentam posturas resiliente e condizentes com o que pregam, justamente por ser bem terrena e também constituída por pessoas. O que sempre coloquei em pauta nos 10 anos em que estive à frente de serviços de saúde é justamente que em especial estas organizações que lidam com o momento mais frágil do ser humano precisam ter em mente que para oferecerem serviços condizentes com sua missão, visão e valores precisam ter não um RH mas sim um departamento de GENTE para que se possa cuidar da NOSSA GENTE para que possamos cuidar da GENTE CLIENTE/PACIENTE que procura por nossos serviços. Se se ficar compostura burocrata nunca se vivenciará o que a linha de frente passa em seu cotidiano e aí sim o que você colocou é muito pertinente, pois sem vivência não se pode pregar sobre aquilo mas apenas mencionar. Não há vivência sem se ter #sentido na pele#.
      Aguardo mais por seus comentários muito interessantes. Abs.

Adoraria ler seu comentário aqui!

Responderei assim que possível.