Vamos falar de paixão?
Trata-se de uma palavra que nos últimos tempos vem sendo muito utilizada no trabalho e que se apresenta de diversas formas. Todos somos seres humanos apaixonados por alguém, por determinadas áreas de atuação. No entanto, boa parte de nossa vida está preenchida pelo que poderíamos denominar de tédio, ou seja, viver simplesmente por viver, sobreviver.
As colocações acima retratam de forma fidedigna grande parte do mundo da atualidade. Isso se deve ao fato da mídia e demais meios de comunicação tentarem nos conscientizar de que nossas esperanças e sonhos serão satisfeitos através do consumo, da aquisição de bens. É a velha e conhecida “propaganda enganosa” focada na questão da autossatisfação como sinônimo de felicidade. Isso seria possível se optássemos por um novo estilo de vida, comprando determinada linha de bens duráveis que facilitariam nossa vida e dessa forma nossas ansiedades e expectativas seriam atendidas.
De outra parte, assim como amo o que faço, vocês também podem sentir paixão pelo trabalho que exercem. Mas atenção! Se vocês estão utilizando a barra econômica e mensurando essa paixão e satisfação laborial pelo quanto ganham, a visão está fora de foco. Nosso enfoque deve estar centrado em quanto e como nosso trabalho pode beneficiar outras pessoas, melhorar a qualidade de vida da comunidade, da sociedade onde se está inserido. Temos que ser mais fortes e superiores não permitindo que o mundo exterior nos contamine, tanto nos pensamentos como nas ações. Temos que manter nossa concentração no que é de fato fundamental, essencial, importante, que faça a diferença, que dê razão para que estejamos naquele lugar, naquela atividade.
Não resta dúvidas de que nossas relações familiares e profissionais se encontram em um grau de prioridade e valor diferentes. Buscamos sempre um equilíbrio entre essa satisfação que almejamos oferecer na vida pessoal com os compromissos assumidos no trabalho, mas que nem sempre permitem surfar as ondas da vida de maneira flat, como gostaríamos. Infelizmente, por vezes, para nos darmos conta dos pesos dispostos nessa balança, eventos ou circunstâncias não tão alentadores são o que nos ensinam a rearranjar o ranking das nossas prioridades.
Também é fato e lícito que usufruamos de diversões em nossas vidas, mas estas não podem se tornar atividades que se convertam em nossas paixões. Todo cuidado nesta seara é bem vindo, pois determinados hábitos que corram o risco de se tornarem paixões podem levar ao vício, a situações exacerbadas que se transformam em doenças, válvulas de escape, compulsões.
Estejamos atentos a todo esse volume de coisas disfarçadas de paixões que nos cercam, nos enredam e nos distanciam das esperanças e sonhos originais que temos de uma vida melhor.
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