Ainda que aqui no Brasil não tenhamos a cultura do Thanks Giving Day, temos o Natal. Data em que colocamos o nosso melhor na casa, no ambiente, na alimentação, na decoração da mesa e de nossas roupas e que, em suma, traduzem o nosso sentimento de reserva para o ambiente familiar, de confraternizar-se com os seus. E, não menos importante, é o momento de ter a consciência de agradecimento à oportunidade de trabalhar arduamente e de sermos recompensados por esse esforço em um mundo onde muitos não tem a oportunidade de desfrutar de igual forma.
O Dia de Ação de Graças nos EUA tem em seu foco a celebração da colheita da terra. Para nós, de certa forma também se trata de colheita, seja ela no meio rural que semeia os nossos alimentos, seja no mundo corporativo onde semeamos outros produtos mas que iremos colher, certamente, o que plantamos. Esse perfil de agradecimento é praticamente comum em todas as culturas e tradições e para tal se tem uma data fixa no calendário, não para uma comemoração pura e simples (como quando você comemora a vitória do teu time), mas em um sentido mais profundo. Trata-se de uma data para celebração da vida, da família.
Buscando na linha do tempo da história da Revolução Industrial observamos que a partir daí muitas pessoas deixaram suas terras na busca por um conforto e segurança calcados em um modelo de trabalho CLT de 40 horas semanais.
Hoje, já estamos na era do conhecimento e portanto, falarmos, como acima citado, em cultivo da terra trata-se de uma metáfora que deve ser trasladada para o nosso viver nas grandes cidades que se volta para tantos outros tipos de empreendimentos, sejam de carreira ou de nossa vida pessoal.
É importante lembrar que um problema fundamental no fracasso de negócios nem sempre é por ter pouco capital, mas sim por conta da avidez do ter, do possuir, do atender o desejo leva a muitos a tentarem colher antes mesmo de terem semeado.
A era industrial que mencionamos acima nos preparou para chegar no horário e realizar o que o patrão manda em troca de um cheque ao final do mês, mas que nem sempre se mostram trabalhos de excelência senão nada além de mediano. Esse paradigma precisa ser quebrado para voltarmos a pensar como os homens da terra, ou seja, trabalhando arduamente todo dia, fazendo o melhor uso dos recursos físicos e/ou intelectuais que possuímos, confiarmos em um sentido de ética maior, da mesma forma como o homem da terra confia em suas crenças esperando que o clima, tempo, lugar, oportunidade lhe sejam pródigos.
Dessa forma, a sabedoria desta questão e o que essas datas – Ação de Graças, Natal – representam no mundo contemporâneo é que elas continuem a nos ensinar os princípios de saber esperar o tempo certo para colher para que assim possamos em todos os âmbitos de nossa vida nos darmos sem temor, o direito de celebrar as nossas conquistas e sucessos.
Feliz colheita!
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